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04 novembro, 2008

Filotônia existencial

Dois seres em comparação
Duas mulheres sem direção
Uma perdida pela paixão platônica,
Amor cego
Seduzida pelo jeito angelical.
Ama-o, mas não a ama.

Outra politizada, com filosofias de sobrevivência...
Completamente diferentes aos olhos do mundo.
Acredita ser perfeita, ser desejada por todos • és louca...
Mas, a sua paixão!

No meio um ser em evidências
Um triângulo complexo para se resolver
Sem ângulos exatos para serem medidos
Diga-me ser EVI... O que farás?
Explica-me como resolver esta filotônia existencial!

N’um avanço da magia intelectual perdem-se no fim.
No decorrer ficarás entregue ao porvir...
Ficarás só como todos no mundo,
E quem escolhera para ti?

2 comentários:

Andressa Pacheco disse...

Seriam duas mulheres ou uma mulher camaleônica? :)

É que as "duas" estão sem direção, por isso que se encontram.

bjs

Anônimo disse...

sobre seu poema Filotônia existencial.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

(Não) sei o porquê, seu poema me trouxe Pessoa.

Como explicar!? E eu tenho a triste mania de explicar tudo,
(por isso não sou poetisa!).

Posso começar comparando o seu ser em “Evidência” a um desses políticos ou partidos que passam a vida na oposição e quando chegam à situação não sabem o que fazer com o poder que tem.

Mas quem chamou a política nessa história?? Deixa pra lá! Preciso me fazer entender (já disse: não tenho talento para poesia!). Vou usar essa metáfora da política mesmo.

Os políticos de oposição costumam passar a vida reclamando, reivindicando, criticando... Quando enfim conseguem o lugar de situação, geralmente, tomam duas possíveis posturas: 1) Aceitam o poder e se “lambuzam” com ele (Não sabem como usa-lo. Afinal, se formaram para estar do outro lado!); ou, 2) Não aceitam ser situação ("TALVEZ POR UMA POSTURA CONSCIENTE, INCONSCIENTE OU MESMO MEDROSA, DE QUEM NÃO SABE" fazer outra coisa a não ser reclamar, reivindicar, criticar.).
E é aqui que ocorre a confluência.
O ser em “Evidência” de seu poema parece com qualquer um desses políticos. Talvez um dia tivesse desejado esse poder. E agora, o que fazer com ele? Aceitar ou recusar? E será que tem mesmo esse poder?
E se “sua” paixão for apenas um fingir necessário para escrever, poeta?
Alguns precisam fingir para se inspirar.
“(...) fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
Talvez o seu ser “EVI” precise de "FINGIR" uma paixão e, como uma ostra, converter a sua paixão em proteína para sua arte.

Mais uma reflexão:

"Acredita ser perfeita, ser desejada por todos • és louca..."

Talvez esse fosse o seu desejo, que a sua paixão fosse isso?
Dizem que o homem é o que vê e a mulher o que ouve. Quem sabe não é por isso que os poetas sabem o que dizer, e as mulheres, o que mostrar??

Tudo isso não passa de elucubrações de uma lingüista, “letrista” e literata frustrada por não ter o dom para a poesia, que vive num mundo tão real que incomoda.

Acho que falei muito como sempre né?! Espero não ter te chateado com o meu “não tão breve” comentário, rs. Isso por que sei que um dia você não vai estar tão presente como agora para eu encher o saquinho, rsrsrsrsrs

Bjos, amigo, de uma fã que admira muito o seu talento!